O ônibus se arrasta lento
como velho com reumatismo,
Neste trânsito-formigueiro sem ordem
cada auto-formiguinha prum lado,
E eu, cercado destes jovens
Cheios de sonhos
pipocando feito bolas de chiclete,
Sonhos cor-de-rosa-ilusão,
Tão bonito e tão triste de se ver!
Meu crânio calvo que já sonhou de tudo
se inclina com olhos marejados,
Que se ressentem pelo tempo perdido,
Tempo feito de fumaça como
o peido que sai da bunda do coletivo,
Volto a olhar estes jovens
com seus rostos de pele brilhante
feito bundinha de bebê,
e olho meu reflexo no vidro,
Este rosto marcado e cansado
sob o reflexo do rosto do jovem,
Queria a juventude eterna,
Mas, sou um vampiro sem dentes,
Apenas com uma caneta na mão.
André Diaz
Um comentário:
Não se preocupe meu velho, a velhice está no espirito e não na aparência, você é um jovem que ainda vai escrever muita poesia pra esse mundo!
abrax!
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