segunda-feira, 2 de julho de 2012

Flor do Pântano

A solidão
é como ter aquela fome do cão,
e ver um prato de macarrão
lá do outro lado do balcão,
E no bolso
não ter nenhum tostão!
Castigado por essa fome
caminho pelas ruas do centro,
este estômago cinzento que me come,
o reflexo da solidão que me corrói por dentro,
Ela me sorri
com seu mecânico sorriso de puta,
Seu colo de aluguel
jamais pagaria o que sofri,
Tal proposta de amor me insulta,
Não recolho a mais bela flor do pântano,
Fica lá, fincada em podre solo
de salto alto,
Desejo de dar meia volta,
Melancolia e "deja vu" espantam-no,
As solas gastas
mais um pouco esfolo,
E um soluço se faz ouvir
Inevitável, como o nó do cadarço que se solta.

2 comentários:

Paulo D'Auria disse...

A dor do poeta passando, vai ficar ótimo declamado.
Misturando dois ditados: Depois que o tempo cura, a gente se diverte.
Força, rapaz. Belo poema!

Caranguejunior disse...

É mano!
Força e fé...

Essa fome vai passar.
Abrax!