domingo, 11 de março de 2018

O Espelho



Os dois,
Totalmente nus,
Eu te encarei
como a um espelho,
procurando em cada
imperfeição tua,
cada cicatriz,
cada tatuagem,
algo que correspondesse
a estes anseios
que carrego como jóias
de um mau agouro,
Como um feiticeiro
a ostentar maldições,
Erros, como pustulas
desta doença,
A solidão,
que tento curar
com o santo unguento do álcool,
Mas hoje, ainda não,
Olhando para o único espelho possível,
o do banheiro imundo do bar,
que contemplo, balbuciando teu nome
com a boca babada de vômito,
Talvez, na próxima vez...
Talvez, na próxima vez...

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