terça-feira, 3 de abril de 2018

Homo Sapiens



Te quis ao meu lado,
Do pó a guerra,
Relação contraditória
Eu, um caralho de pedra a perfurar o céu
Como um deus pagão e indiferente em toda sua solidez,
Você, um cu na terra a esconder-se dentro de si,
Como um par de lábios fazendo bico, esperando um beijo que nunca vem,
Te quis ao meu lado,
Da construção das torres sólidas
De uma amizade forte e profunda como um bunker,
Até vê-las ruírem
Sob nossos pés vacilantes
Sob o bombardeio do medo,
Da vaidade,
Deixando ao solo
Os cadáveres de sentimentos reprimidos,
Nosso amor,
Este homo sapiens
Que parecia evoluir,
Mas apenas exteriormente,
A selvageria enfim, explodiu,
Com suas palavras grosseiras me atingindo
Como o mendigo com a barra de ferro,
Igual ao primata brandindo um osso, no filme “2001”,
A destruir o monitor do computador ao meu lado,
Enquanto espero para atravessar a Av. Brigadeiro Luis Antonio.

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