sexta-feira, 7 de junho de 2019

Amor de Fundo de Poço

Preso a você
como que por fortes correntes
feitas de obsessão,
Não importa onde vá,
com quem se deite,
meu pensamento é um cadeado
que me mantém colado bem firme ao seu corpo,
sua carne macia,
sua voz que me ofende,
penetro seus lábios
em cada cigarro que acende,
Voo descontrolado ao céu de sua boca,
suas gengivas e dentes que nunca me sorriram
e me alimento dos restos que encontro entre eles,
Sou a besta a copular com sua perna,
Não adianta me chutar,
Isso só me fará ejacular
entre os dedos de seu pé de unhas vermelhas,
Cheiro seu sovaco suado e embaixo de sua saia
latindo pela minha ração,
Mas seu desejo é que eu morra de fome,
Me resta apenas
acarinhar com língua sôfrega
Nossa Senhora tatuada em seu braço,
Quem sabe assim, receber redenção,
neste amor de fundo de poço
mais baixo e impuro
que a merda canina que acabo de pisar,
e que para este poema, me deu inspiração.

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