quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Os Rastros de Sangue que te Deixo

Vejo, com lágrimas nos olhos
que sob os trilhos da esperança
costumam ainda passar todos os dias
os velhos vagões de sempre,
com suas toneladas de ignorância,
O expresso para lugar nenhum,
levando seus passageiros em eterno torpor,
Existem estações sem fim no caminho,
mas porque insistir no erro?
Optar sempre pela mesma plataforma,
perder-se na multidão dos olhos vendados,
pegar a congestionada fila do matadouro dos sentimentos?
Sorrisos maldosos e gestos mecânicos,
membros de tarântula
a compartilharem o veneno num ultimo brinde,
O vento soprou mais forte aqui
me dizendo pra continuar o caminho a pé,
Só, com os pés sangrando,
mas um dia, a estação certa surgirá
como um pôr do sol definitivo,
E os versos do poema
são os rastros de sangue que te deixo, meu amigo.

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