--- Papai...Cada um desses é um tumulo?
Falava a menininha ao pai, no ônibus, ao passar pelo cemitério.
--- É sim.
--- E não é muito pequenininho?
--- Quem vem pro cemitério, não precisa trazer muita coisa.
Fiquei pensando...Quando chegar a minha hora. Meus livros e CDs ficarão para trás.
E só terei um coração partido
e toda grande solidão que com ele, vem de brinde,
Haverá espaço no caixão, para ela?
Conseguirei me desatar dela, antes do fim?
E fui caminhar sem rumo,
com essa questão a remoer-me o íntimo,
como imagino que os vermes farão com meu corpo,
mas que enfim, creio que não terão estômago
para se alimentarem de tão volumosa e dolorida solidão.
André Diaz
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