
Estou leiloando
um velho coração,
que há nem tanto tempo assim
estava disposto
à dá-lo de graça,
Mas, nessa altura da vida
percebi que avaliava
o seu preço
conforme a equivocada
tabela do mundo,
E o mundo é hipócrita,
É um mentiroso ganancioso
e pernicioso,
Um fraco
que não se reconhece no espelho
Mas eu,
Nem tão velho assim
hoje, já me reconheço,
E sei que este velho coração
que antes, ao meu ver, não valia nada,
Pois só sabia
era fazer poesia,
e se enternecer com as dores
desse malvado mundo,
Ah! Esse coração vale muito!
E, se ninguém estiver disposto
a pagar o preço justo,
enterro este tesouro comigo,
E, quem sabe um arqueólogo do futuro
o ache,
em forma de papiro,
cheio de versos, uns raivosos
outros, cheios de doçura,
E este arqueólogo,
então, sinta alguma emoção,
Por que, além do real valor de meu coração,
outra coisa que aprendi nessa vida, é que
Poeta bom
É poeta morto!
2 comentários:
No fim do coração... tem ação!
Ou.
O Coração dividido no meio
Dá cor e ação.
Abrax!
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