
Ao seu lado,
encontrei o meu lugar,
Ao seu lado
pisei enfim, o meu chão,
Quando eu lembro
do seu sorriso debochado,
vislumbro um degrau ilusório,
Tenho a falsa impressão
de pisar algo
que me leva para cima,
Mas percebo
que ficou para trás,
e volto a cair
E me estatelo na lembrança de teus sapatos pretos
deixados no canto, com a marca de teus pés e odor pungente, onde pouso sonhadoramente minha face
Seus braços tatuados e tão palpáveis
estavam lá, tão perto
Podia me segurar neles,
Quando o assunto acabava
não era preciso imaginar
formas nas nuvens,
Sua companhia
era toda a magia
que o céu poderia
fazer manifestar-se,
Ficávamos em silêncio,
palavras bobas não eram necessárias
pois o momento era perfeito,
Perfeito e feito de nós dois,
Não existiam os aborrecimentos
que me faziam fugir ao abrigo de sua guarida
como um oásis feito de carne,
Perfeito e feito de nós dois,
Não existiam os aborrecimentos
que eu teria que enfrentar depois,
quando longe de você
Era preciso acordar
para a realidade cotidiana, como de um sonho bom...
E distante
E, infelizmente,
Hoje, é só isso mesmo,
E o que não precisava ontem
é preciso fazer hoje,
Erguer os olhos aos céus
E procurar seus braços e pés feitos de nuvem,
Braços, cujas mãos
traiçoeiramente, esmagaram meu coração e pés que chutaram-me a face e correram de mim, deixando-me estirado e em prantos de saudades, no chão
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