Jogo-me a teus pés
como presa voluntária,
Desejo teu corpo sólido
como um farol de lubricidade
em meio ao tumultuoso mar da solidão!
Cace-me!
Consuma minha carne tenra!
Canibalize esse sentimento palpitante!
Aperte-o
Até fazer jorrar entre os dedos
a seiva de minha gratidão!
O delírio se desfaz com o sono que me toma, após o último gole,
Estremeço,
lambuzando a calça puída,
e a visão do bêbado da praça
vai se escurecendo,
mirando o alvo de suas homenagens,
a estátua indiferente
a todo seu amor,
e a toda merda dos pombos
que voam sob sua cabeça dura
e vazia de sonhos.
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