Todos os dias
quando acordo,
cumprimento de forma agridoce
tua lembrança,
em cada objeto que detém algo de ti,
Cantarolo aquela velha canção dos Smiths
e estreito assim, teu corpo feito de luz e sombra
sob meu corpo velho e cansado
que já não corre ao teu encontro nos finais das tardes,
mas mesmo assim, ganha o carinho
da palma de minha mão,
Esta palma que encontrava a tua,
num cumprimento dos mais belos e apertados,
aperto de mãos de melhores amigos,
acima de qualquer suspeita,
Você disse que não pediu meus presentes
porque não podia suportar a realidade do meu maior presente,
Este, imaterial,
Até meu corpo, você poderia destruir,
Eviscerar meu estômago faminto de ti,
Arrancar meus olhos a brilharem na tua presença,
Mas o presente que é a minha alma
Ainda te veria e te amaria,
Te assombrando pelo teu grande pecado
maior até do que a "santa igreja" quisesse nos impor,
maior do que fez o Criador te expulsar do paraíso,
Teu maior pecado foi despertar um coração solitário
das trevas de seu quarto abafado
e cheio de livros empoeirados,
Ao jogar-me essa luz que nunca se apaga,
Oh... Minha estrela da manhã!
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