Me enterro de novo
nos pensamentos do fim da tarde,
Procurando me agarrar
a qualquer lembrança mais pegajosa,
como uma mosca nessa teia de aranha
que é a vida,
que me envolve com seus dias
feitos de pernas cabeludas,
Mas ela não me devora,
Fica brincando com a comida
como uma criança birrenta,
--Será que esta dor de viver
tem cura, doutor?
== Espere. Vou lhe prescrever um remédio.
--- Não entendo porra nenhuma do que está escrito, doutor!
--- Poesia é como a vida. Não é para entender. É para sentir.
E aqui termino meu relato delirante.
Bebendo cerveja e olhando o papel rabiscado.
Sem saber que final dar ao poema,
Assim como não sei
se esta grande e venenosa aranha
enfim, um dia cansará de brincar
E então, engolirá de vez
Esta minha combalida e perdida existência.
André Diaz
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