sábado, 15 de fevereiro de 2025

Como Uma Flor

 

Como o corvo de Allan Poe

com seu enorme bico,

Você bateu na janela de onde estou

esta solidão que me deixa aflito,


Quis acariciar teus sedosos cabelos negros

como as penas desta ave de mau agouro,

Fecho os olhos e sob tuas asas, me alegro

e nesta morte, encontro enfim, o meu tesouro


Você é igual a mim

Nosso beijo é como um espelho,

cuja moldura pode ser comida pelos cupins

mas o vidro corta, revelando o sangue vermelho


Nossas mãos lubrificando

Sabemos tocar nossos órgãos,

e a melodia perfeita se intensificando

os que nos apontam, não importam


Arranca esse vazio de mim

Vem e me machuca por dentro,

Amo ser machucado assim,

Receba como uma flor, este palpitante ferimento.


André Diaz

15/02/2025


Nenhum comentário: