Como o corvo de Allan Poe
com seu enorme bico,
Você bateu na janela de onde estou
esta solidão que me deixa aflito,
Quis acariciar teus sedosos cabelos negros
como as penas desta ave de mau agouro,
Fecho os olhos e sob tuas asas, me alegro
e nesta morte, encontro enfim, o meu tesouro
Você é igual a mim
Nosso beijo é como um espelho,
cuja moldura pode ser comida pelos cupins
mas o vidro corta, revelando o sangue vermelho
Nossas mãos lubrificando
Sabemos tocar nossos órgãos,
e a melodia perfeita se intensificando
os que nos apontam, não importam
Arranca esse vazio de mim
Vem e me machuca por dentro,
Amo ser machucado assim,
Receba como uma flor, este palpitante ferimento.
André Diaz
15/02/2025
Nenhum comentário:
Postar um comentário