Ergue-se sombrio no céu
meu lamento,
diante da triste constatação,
de que vivo num mundo que desconheço,
onde a estupidez é festejada
e resta a nós, estranhos leitores de livros
o castigo de mais um domingo solitário,
regado a cerveja barata
e um resquício de delírio católico
de autoflagelação,
e uma fé cambaleante
de que cada chaga purulenta
quem sabe, se torne uma coroa de luz,
porque é muito triste pensar
que tudo se resuma a isso,
o reinado desta carne fraca,
corrompível e sem sentido,
como uma arte abstrata,
que custa caro,
e nem o próprio artista
entende a merda que criou.
André Diaz
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