segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Os Mortos Não Tem Cãibras

   Uma e trinta da madrugada. Como a pessoa impossivel de ser amada. Seu corpo macio é feito de cobertura de bolo. Meus dedos afundam em sua cintura. Seus braços me enlaçam, balançam e caem. Percebo então, os sonhos são feitos de cobertura de bolo. E a realidade é aquela parte mais seca, que a gente é obrigado a engolir, pra não fazer desfeita. Começa a chover Coca-Cola. Ela derrete toda. Meu sonho se desfaz entre meus dedos trêmulos. Acordo com vontade de urinar.
   Escuro. Cãibra. Queda. Babo no assoalho, enquanto rezo para Nossa Senhora das Dores Lancinantes.    Levanto e agradeço a graça alcançada, de não ter me partido ao meio, na quina da mesinha de cabeceira.
   Amanhece.  E com o sol, vem a dor nas costelas. Agradeço. Estou ferrado, mas estou vivo. Vivo no dia de finados. O dia em que rezamos por aqueles que já não tem cãibras, nem dores do lado.

Um comentário:

Caranguejunior disse...

Agradeça essa (des)graça, Reze 5 vai de reto e 3 salve a Amazônia hehehe


abrax!!