segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Braços



Cabisbaixo

andava

debaixo do céu cinza,

chutou algo que rolou

até a sarjeta.

Limpou as camadas de lama

das pontas,

enfiou no bolso,

foi pra casa.

Lavou,

começou a brilhar.

Sorrindo

correu até o quarto

pendurou em cima da cama

e ficou olhando

o brilho das pontas


enquanto lá fora, estouravam rojões anunciando mais um ano novo,

E o brilho foi aumentando, até se tornarem braços 

que embalaram seus sonhos,

Eram os braços da pessoa amada

perdida num tempo longínquo,

personificada agora,

numa simples estrela
de papelão dourado.

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