quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Me Lembrei de Quando Amava Patricia Marx



Fim de expediente no escritório. Descontração. Hora de fuçar no 'youtube'. Coisas dos anos 80. Alguém lembra de uma das musicas mais cafonas dos Menudos (na verdade todas são campeãs no quesito 'vergonha alheia'). Vejo outro ali do lado, da Angélica. Sim. A do 'táxi'.
Clico. Oque aparece depois? Ela. A versão tecnológica, século XX da musa dos poetas ultra-românticos. Era assim, que eu a via.
Me lembrei de quando amava Patricia Marx. A cantora teen. Ex-'Trem da Alegria'. Que fazia a minha alegria e ao mesmo tempo me mergulhava em tremenda melancolia, pois não podia atravessar a barreira da tela da TV, quando ela aparecia. Viajava em meus delírios românticos. Escrevia poemas rimados e quase tão ridículos quanto as letras dos Menudos. Patricia me dava a mão e percorríamos planícies verdejantes, bem distantes de minha cinza e concreta realidade. Era o filme que passava em minha imaginação fértil, enquanto eu tocava e beijava sua linda face sorridente na tela da TV.
Eu havia esquecido de Patricia. Eu a deixei para trás, ao surgirem paixões de carne e osso, que mesmo que também não as tocasse, ao menos sentia seu cheiro, hálito e o mais importante: Elas sabiam de minha existência, mesmo que desprezando-a.
Procurei no Google, imagens da atual Patricia, e experimentei tremenda estranheza. Esta é Patricia? Não é a menina que amei...Salvei e coloquei de fundo de tela então, a antiga imagem tanto me fez sonhar. A musa intocável de um jovem poeta byronista perdido numa era de caos e cores, e que ainda não encontrou o seu lugar neste mundo.
Fiquei observando então, esta linda menina, e ao me ver só, como nos velhos tempos, lhe dei um beijo. Um amor que já fôra tão quente, na superfície dura e fria da tela.
Levantei-me e passei em frente ao espelho. Parei. Este sou eu? Também não sou mais o menino que te amou, Patricia.

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