segunda-feira, 4 de julho de 2016

O Paquiderme na Estrada de Cristal



Mastigo o tempo, como cacos de vidro
deitado na cama de pregos da solidão
A menina tira as botas e vejo nas verdes meias
meus verdes anos
quando caminhava como paquiderme numa estrada de cristal
Lascivo, fecho os olhos
me concentro na mocidade
odores e sabores materializam-se no bacalhau à debater-se do outro lado da montanha de erros acumulados
com as guelras a se abrirem e fecharem
pois a este ambiente já não pertencem mais
minha boca também se abre e fecha
no murmurio do ultimo gozo, diante da morte de mais uma saudade
o que resta é viscoso e morno
semente expelida à toa
como a lágrima que não cessa
e esse mau costume de transformar em poesia ruim
essa coisa que trago no meu peito
que como briga de dentaduras no lascivo beijo do casal de idosos depois de um azulzinho
não há Corega que segure!

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