terça-feira, 27 de junho de 2023

Avenida da Desesperança

 

Te procurei em nosso velho esconderijo

Pena que as sujas paredes não falam,

Permaneceram mudas neste silêncio em que habito,

e nas malditas lágrimas que desaguam

 

Toco trêmulo suas paredes frias

cheias de riscos e pichações,

como se fossem as tatuagens em suas pernas esguias

e em tua pele quente de palpitações

 

Volto a subir a avenida da desesperança

carregando o peso dessa sufocante saudade,

como o corpo fantasmagórico de uma criança

que é este sentimento pungente que nasceu de tua maldade

 

Que foi o primeiro sorriso que você me deu

ao falar da saudosa musica dos Smiths, dos anos oitenta,

e o equívoco certamente, acho que alí nasceu

um amor que até hoje, meu peito arrebenta 


Te deixo estas tortuosas linhas

sem gozo e sem o menor prazer,

reminiscências de um velho que definha

sem nunca de fato, "biblicamente" te conhecer...


André Diaz

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