terça-feira, 2 de julho de 2024

Trôpego Equilíbrio

 

O refúgio das boas sensações

onde afinal, estará?

Na fuga espiritual das religiões

ou nesta cerveja, a me embriagar?


Procuro nas imagens sensuais

nestes blocos de carne, a me agarrar,

Mas pareço ouvir o o corvo de Poe, à grasnar: "Jamais"!

E às vezes, sinto a mim mesmo, enganar!


Corro uma corrida improvável

a um beco sem saída,

e me farto, deste alimento intragável

que é a triste constatação do que é a vida!


Andar eternamente, em círculos,

como uma imunda barata tonta,

Sempre à volta do mesmo imundo umbigo,

e hipocritamente, a solidão me revolta


E o que me resta, afinal,

é o registro dessa tola existência,

Um trôpego equilíbrio entre o bem e o mal,

entre o destrutivo ódio, e a patética carência.


André Diaz

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