Descendo para comprar pão
no meio da calçada ali estava
um pássaro morto, estatelado no chão,
em meio às revoltas penas, só uma carcaça
Ninguém chora por esta ave
Nem repara na natureza toda à perecer,
Sua morte é mil vezes mais grave
que a de muitos humanos, devemos reconhecer
É a morte de nossos dias
Nós, insensíveis seres do asfalto,
mergulhados na ilusória era da tecnologia
Da qual o poeta, se sente tão farto
E desejoso, para que como o pássaro
fazer enfim, seu último vôo,
de um mundo tão frio e tão avaro
como um vômito às alturas, a partir deste cotidiano enjôo...
André Diaz
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