Mergulho o pé numa poça d'água, e vou deixando um rastro marrom no meio-fio. Mas é pouco! Injuriado, me encosto no muro de um estacionamento, olho para a sola do sapato. E a coisa é bem pior do que imaginava! Abro a mochila, só tem papéis que não podem ser destruídos. Apólices de seguro e protocolos de propostas.
Pego então, o livro que estou lendo. Sempre me perguntei para que serviam as páginas em branco dos livros. Mais papel para encarecê-los? Pois hoje, encontrei a sua utilidade! Limpar cocô do sapato! As duas páginas em branco ainda não tinham feito grande coisa. Tive que pegar também, aquela ultima, do "O Autor e sua Obra". Ah! Minto! A primeira página, não estava propriamente em branco. Comprei o livro usado, e havia uma dedicatória e uma data. Penso que houve carinho, ali. Algo quente a unir duas pessoas. E que acabou com algo, também quente. Porem, nojento e infecto.
Era algo que não gostaria de ter feito. Chateado, depois contei para um amigo, que me disse:
--- Pisar na merda é boa sorte!
--- Sério?
-- É! Dizem que sim!
Agora, me deito. Tentando lembrar da ultima vez, que pisei na merda. Não lembro.
Pego meu livro sem páginas em branco, sorrio e acaricio sua capa dura.
--- Foi por uma boa causa, amigo! Uma boa causa!
André Diaz
Um comentário:
hehehe! tem gente que usa para outras coisas.
Boa Andrezão!
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