
A melancolia toma conta de meu espirito como a cerveja que me enche o copo. Olho para o céu sem estrelas e contemplo a lua, que me faz lembrar da bunda de Bernadete. Branca e redonda. Deveria levantar um brinde à esta lembrança? Não. O que a bunda de Bernadete merece é uma bela punheta em sua homenagem. Levanto da mesa cambaleando e me encaminho para o banheiro masculino. Que bom seria poder ir atrás da moçoila de lycra e bundão tremelicante que entra no feminino. Um bundão que treme feito gelatina e traz mais boas lembranças da infância. E adolescência, também, por que não? Afinal inventamos de meter o pinto em tudo que é lugar, nessa época.
Entro no banheiro e dois caras ocupam os únicos mictórios e penso que tem gente em pior situação que eu, pois, pela demora para urinarem, penso que, aparentando serem mais jovens que eu, já devem ter problema de próstata.
Os safados saem, dando risadinhas, com aqueles olhares ávidos de quem deseja loucamente um belo 'exame de toque'. Então, me entrego a um dos pouco prazeres que um solitário pode ter, depois de várias cervejas. Mijar. Mijar copiosamente. É um prazer quase sexual. Não tanto quanto mijar em público, que tem aquele ingrediente transgressivo que apimenta a coisa.
Pago a conta, e quando já me vejo capturado pelo fluxo de vida da rua, me toco que esqueci de bater punheta. E esqueci também, a quem dedicaria tal deferência.
Olho para a lua. Já não me lembra mais nada. Só penso que é linda, e poderia me inspirar um poema de amor.
Se eu ainda acreditasse nisso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário