terça-feira, 2 de junho de 2020

Minha Própria Humanidade

Tentei te amar humanidade,
Tentei me adaptar as suas regras,
Tentei ser uma peça que se encaixasse,
Procurei sua aprovação,
Uma criança que desejava ser o orgulho do pai,
Enterrar toda a sensibilidade num buraco fundo
e ressurgir como a porra do filho perfeito,
com diploma na mão e "DR" antes do nome,
Caralho, eu tentei,
Será que fui fraco
ou será que fui eu?
Agora te vejo, humanidade,
cair feito moscas,
sabe aquelas moscas que voam cheias de si
e ninguém consegue pegar?
E um dia aparecem lerdas, morrendo
num canto da janela?
É. Hoje é assim,
Seu passado é arma apontada
para sua têmpora,
Sua consciência é o estrondo da bala,
O silêncio é minha prece,
tentarei chorar,
e assim tentar recuperar
minha própria humanidade.

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